VALE TUDO EM ÉPOCAS DIVERSAS:

           Por Eduardo Gomes Pereira, faixa vermelha nono grau, do Jiu-Jitsu.       

            No Brasil já existiam os vale-tudo desde aproximadamente o ano de 1.930, graças à tenacidade dos Gracies, principalmente George e Hélio, que faziam tal luta para provarem a superioridade da modalidade denominada JIU-JITSU BRASILEIRO,criado por eles, embora oriundo do Japão, aprendido por Carlos Gracie com o japonês Maeda, o Conde Koma, mas com diversos golpes criados pela famosa família.Infelizmente não havia muita divulgação de tais lutas pelas rádios e jornais e não existia, ainda, o televisionamento. Provaram que o jiu-jitsu realmente era a forma de luta superior pois ganhavam as lutas de vale-tudo contra lutadores muito mais fortes e pesados, que só lutavam capoeira ou Box, que eram as lutas mais em evidência na época e as lutas eram iguais a briga de rua. Os irmãos acima mencionados, além de outros dois- gastão e Oswaldo auxiliados por outros praticantes de tal modalidade, inclusive este escriba, continuaram lutando para provarem como o jiu-jitsu era fantástico, mas havia pouca divulgação.  Era mito fácil nossas vitórias, pois quebrávamos a distância, levávamos a luta para o chão e como nossos adversários não sabiam lutar no chão, eram vencidos. Só à partir da década de 60, passou a haver divulgação através de jornais, rádios e até de algumas emissoras de televisão, já existentes no Brasil, principalmente a Continental, que não mais existe. Aí, apareceram diversos lutadores que se sobressaíram e ficaram famosos, tais como: Carlson Gracie, Robson Gracie, João Alberto Barreto, Hélio Vigio Gomes, Waldemar Santana, Pedro Hemetério , Guanair Vial , Ivan Gomes , Euclides    Pereira e Fernando Soares, todos lutadores de jiu-Jitsu e alguns praticantes de duas ou mais modalidades e que conheciam a luta livre, que é quase o jiu-jitsu sem quimono e todos brilharam até o final da década de 80,  e o Rio de Janeiro era o Estado que mais se sobressaia.

              Já à partir da metade da década de 80, outros grandes lutadores surgiram  como, por exemplo, Marco Ruas, Hugo Duarte, Pedro Rizzo e Juares Ferreira, que praticavam a luta-livre, o karaté e algumas outras modalidades e eram bons lutadores que dificultavam as vitórias do Jiu-Jitsu.Mas mesmo assim,os que praticavam Jiu-Jitsu, principalmente :- Rorion,Rickson.,Royce, Royler todos da família Gracie e também Vitor Belford   Murilo Bustamante,Fábio Gurgel,Libório,  Mario Sperry, Amaury Bitteti, Carlão Barreto e muitos outros,  brilharam até o ano de 2.005, mas, evidentemente, até aquele ano, não existiam tantos lutadores que conheciam diversas modalidades de lutas, como ocorre hoje em dia e as lutas eram mais fáceis. Atualmente no Brasil, existem excepcionais lutadores muito mais completos e que se igualam  aos melhores do mundo e que são eles: ANDERSON SILVA, na atualidade, o mais perfeito lutador de vale tudo,Lyoto Machida, Minotauro, seu irmão Minotouro, José Aldo, Junior Cigano ,  Maurício Shogum Ruas , Wanderley Silva e Thiago “pitbul” Alves.   que além do jiu-jitsu, aprenderam outras modalidades, inclusive Vitor Belford que luta desde a década de 90 e continua, ainda, a fazer lutas memoráveis, tendo além do Jiu-Jitsu, aprendido e bem, o Box e o karaté.

             As lutas de vale tudo  tiveram seu início no Brasil, mas até a década de 90, quase nada ganhavam os lutadores,porém hoje são compensatórias, com o interesse dos Estados Unidos por tais lutas, com  os lutadores ganhando fortunas, e, por tal, aumentou, em muito, o número de lutadores, principalmente nos Estados Unidos,onde a maioria das lutas são realizadas, por seu poder econômico, daí se ter que dar muito valor aos atuais lutadores Brasileiros, que se igualam aos demais lutadores do mundo todo, que conhecem várias modalidades de lutas, inclusive o próprio Jiu-Jitsu ou a luta=livre, pois quem não conhecer luta no chão, pouca chance tem de sair vencedor.   

Lutadores de vale-tudo, de épocas passadas...

         Pretendo falar sobre os lutadores que colaboraram para que os atuais lutadores de vale-tudo (MMA), consigam ganhar bolsas vantajosas e que garantam seus futuros, pois, desde os anos  de 1.930 até o ano de 1.999, ganhavam tão pouco, que às vezes, tinham até prejuízo. Lutavam pelo prazer de lutar e para provar seus conhecimentos, e pouquíssimos conseguiram ganhar uma bolsa regular.  A grande maioria era de lutadores de Jiu-Jitsu, mas alguns eram de outras modalidades.

         Sou Eduardo Gomes Pereira, mais conhecido nos meios esportivos, principalmente entre os lutadores de Jiu-Jitsu, por Mestre Eduardo Pereira e fui aluno do grande mestre George Gracie, e fiquei na Academia do mesmo de 1.951 a 1.957 e antes, aprendi Box com o lutador Armando Taddeucci, que lutava no Vasco da Gama e Karaté com o mestre Liu , fiz várias lutas de jiu-jitsu e apenas quatro de vale- tudo e, tendo mais de sessenta anos de prática de lutas, principalmente de Jiu-Jitsu, sendo faixa vermelha do nono grau e fui proprietário das Academias Méier, Eduardo Pereira e paraíso e atualmente sou proprietário com meu filho Luciano, da Academia Studio Fitiness, localizada na rua José dos Reis, no Engenho de Dentro, bem em frente a um dos Portões de Entrada do Engenhão, Estádio de Futebol , desejo esclarecer quais foram os verdadeiros lutadores do passado que se sacrificaram para que os atuais consigam ganhar bom dinheiro com lutas.

           Tudo começou com Carlos Gracie que aprendeu a lutar com o mestre japonês  Maeda,  o Conde Koma, no final da década de 20 e passou a ensinar  Jiu-Jitsu e defesa pessoal, principalmente para os seus irmãos mais novos,-Oswaldo, Gastão, George e Helio e todos eles, nas décadas de 30 e 40, saíram fazendo lutas de vale-tudo contra lutadores das demais modalidades, tais como Box, karaté, capoeira, savate ,judô, etc. e, como sempre ganhavam  ou no máximo empatavam, o jiu-jitsu foi ficando conhecido como a melhor forma de luta. George e Hélio chegaram a lutar até o início da década de 50.

             O Jiu-Jitsu deve muito a esses irmãos e se não fosse a persistência deles em demonstrar a grandeza de tal luta, possivelmente não haveria mais Jiu-Jitsu, de vez que tal modalidade foi proibida no Japão desde a década de 30, e eram os japoneses que mais praticavam a mesma. E mais: os irmãos faziam laboratório para criação de novos golpes, principalmente Helio Gracie e criaram a guarda de pernas que não existia, as  chaves  de pé, a raspagem e muitos outros golpes e o jiu-jitsu ficou muito mais eficiente. George Gracie foi o irmão que mais lutas fez, para provar a superioridade do Jiu-Jitsu e Helio Gracie, o que mais propaganda fazia  e assim, tal modalidade de luta foi se firmando. O Mestre Oswaldo Fadda, já na década de 40 , igualmente deu sua contribuição para aumentar o prestígio do Jiu-Jitsu, e até sua morte,na década de 90, ensinou a muitos que foram excelentes lutadores.

                Nas décadas de 50,60 e 70, surgiram fabulosos lutadores de jiu-jitsu e que também faziam vale-tudo para provar a superioridade de tal luta e mesmo ganhando muito pouco dinheiro em suas lutas, e até ameaçados de graves lesões, continuavam  a fazê-las. Eram uns heróis e foram eles: Carlson Gracie, João Alberto Barreto ,Pedro Hemetério, Helio Vigio, Robson Gracie, Armando Wriedt, Waldemar Santana, Guanair Vial, Lando,Moacyr Luzia Vale, Pinduka, Moacir Ferraz, Ivan Gomes,  Euclides Pereira,Joacyr Galvão, Libório, Nahum Luiz Rabay,Luiz Carlos “Frankstein”, Almir Ribeiro, Oswaldo Rosa,o Paquetá, Pé de Pato, Milton  Pereira da Silva e alguns outros que embora não fossem do Jiu-Jitsu, muito contribuíram para que atualmente se dê valor aos vale-tudo e que são: Hermany,Passarito, Cirandinha e Zulu.

                Sobre  alguns  deles, afirmo o seguinte: Carlson Gracie foi nas décadas acima,o maior lutador de vale-tudo. João Alberto Barreto e Robson Gracie os que mais conheciam o Jiu-Jitsu e lutavam muito bem o vale-tudo, Pedro Hemetério ,o que era mais ágil e flexível e Helio Vigio, um grande lutador e depois, um grande Delegado da Polícia Civil.Todos os demais eram muito bons lutadores.

                 Nas décadas de 80 e 90 surgiram outros que muito se sacrificaram e foram eles: Waldo Santana, Fernando Soares,Juarez Ferreira, Borrachinha, José Dantas, Conan, Rorion Gracie e seus irmãos  Rickson, Royce e Reyler, Jorge Souza e Silva, Manoel Cruz, Fabio Gurgel, João Bosco,  Macaco, Fontenelle, Renzo Gracie, Ryan Gracie,Ralph Gracie, Murilo Bustamante, Zé Mario Sperry, Carlão Barreto,  Rafael Carino, Wallid, Roberto Traven, Ricardão, Vitor Belfort, Saulo Ribeiro, Amaury Bitteti,Vasco Bento,Luciano Taddeucci Pereira, e alguns outros, que embora não sendo do Jiu-itsu, muito contribuíram e são: Marco Ruas, Hugo Duarte, Eugênio Tadeu, Pedro Rizzo, Ebenezer Fontes, The Pedro , Johil e José Landi, o Pelé.

                  Sobre alguns desses, cito o seguinte: Fernando Soares era imbatível em sua categoria, até 65 quilos, pois lutava muito bem o jiu-jitsu, o Box e a capoeira,Rorion Gracie foi o introdutor do vale tudo nos Estados Unidos, Rickson Gracie era o melhor lutador de Jiu-Jitsu e fantástico em vale-tudo, seu irmão Royce, vencendo a maioria dos fortes lutadores nos Estados, deu mais fama ao Jiu-Jitsu, seu outro irmão Reyler, quase imbatível em sua categoria, Renzo Gracie, filho do Robson,Presidente da Federação de Jiu-Jitsu do Rio de Janeiro, em sua categoria ,um dos melhores do mundo, Murilo Bustamante, Zé Mario Sperry. Roberto Traven,  e Vitor Belfort, são quase perfeitos. Marco Ruas, embora não sendo perfeito em Jiu-Jitsu, conhece muito bem a luta livre, o muay thai e o próprio jiu-jitsu e, por tal, foi campeão mundial de vale tudo, além de ser um ser humano maravilhoso como amigo. Alguns chegaram a ganhar bolsa regular.

                     Agora falarei dos grandes lutadores Brasileiros que já estão, felizmente, conseguindo ganhar mais dinheiro,graças aos acima citados e que são: Anderson Silva, 

O mais perfeito lutador de vale tudo que já apareceu até à presente data, Minotauro, ex-campeão mundial de vale tudo e seu irmão Minotouro, Roger Gracie, Wanderley Silva, Lyoto Machida ( Karateca quase perfeito em vale tudo,pois tem bastante noção de Box e jiu-jitsu),José Aldo, Fabrício Werdum, Junior Cigano, que em breve deverá ser o campeão mundial entre os peso pesados,  Thiago Silva, Maurício Shogum Ruas, que será quase perfeito se aumentar seu preparo físico,Murilo Ninja, Crézio de Souza, Ricardo Arona, Antonio Pezão,Demiam Maia e Evangelista Cyborg. São todos grandes lutadores, embora nem todos sejam do Jiu-Jitsu. Peço perdão por não ter me lembrado de outros nomes e alguns dos que citei, não os conheci pessoalmente, mas  muitos foram meus amigos e alguns ou foram meus alunos ou já treinaram em minhas Academias.

Eduardo Pereira, Jiu-Jitsu

O mestre Eduardo Pereira, reconhece que o Jiu-Jitsu deve muito aos Gracies, desde Carlos, Gastão, Oswaldo, George e Hélio Grace, pois foi Carlos quem o introduziu no Brasil, Hélio, o que mais criou golpes e George, o que mais lutas fez para provar a superioridade do JIU-jitsu. Além deles, Carlson Gracie foi o maior lutador d vale-tudo, nas décadas de 60 e 70 e Robson Gracie, o mais técnico lutador de Jiu-Jitsu, ganharia de todos os lutadores de sua categoria até 60kg, inclusive em Vale-tudo. Isto nas decadas acima mensionadas. Mais recentemente, surgiram Rorion Gracie, que além de ser excelente lutador, criou, nos Estados Unidos os compeonatos mundiais de vale-tudo, onde seu irmão Royce aumentou o prestígio do Jiu-Jitsu, vencendo vários lutadores de várias outras modalidades, apesar da diferença física. Outro Gracie, filho do Mestre Hélio, Rickson Gracie, considerado o maior lutador de vale-tudo do  mundo, tornava-se Rei das lutas de vale-tudo no Japão e era considerado imbatível.

Porém o que mais impressiona ao Mestre Eduardo, era a técnica de Royler Gracie, que pesando menos de setenta quilos, ganhava sempre de lutadores muito mais pesados. Outro Gracie que merece destaque é Renzo Gracie, filho de Robson, que igualmente de poucos quilos, já venceu, em vale-tudo, vários gigantes.

Sou Wagner Taddeucci Pereira, filho do Mestre de Jiu-Jitsu Eduardo Pereira

EDUARDO GOMES PEREIRA ou EDUARDO PEREIRA (nome esportivo), e quero esclarecer o seguinte: mestre de Jiu-Jitsu, faixa vermelha, do nono grau, Iniciou tal aprendizado em 1951, com o grande mestre George Gracie, e três anos após, ajudava na administração de defesa pessoal, permanecendo na mesma até 1957, tendo assim, mais de 60 anos de atividade. Antes de ajudar George Gracie, o braço direito do mesmo era o mestre Almir Ribeiro, na época faixa marrom. Eduardo foi possuidor da academia "Méier", na Rua Vinte e Quatro de Maio, localizada no Méier (RJ), onde administrava e dava aulas de Jiu-Jitsu. A academia teve seu início de 1959 e funcionou até março de 1984, quando montou a academia "Eduardo Pereira", na Rua José dos Reis, no Engenho de Dentro (RJ). Ficou na administração da mesma até Junho de 1999, quando passou a direção a meu irmão, Luciano Pereira.

Na época faixa preta de segundo grau e em Janeiro de 2000, montou a academia "Paraíso", no bairro de mesmo nome em Nova Iguaçu, em frente ao clube 34, na Estrada do Madureira 680 (RJ), atual Estrada Rio São Paulo Variante, um Clube fantástico em condomínio horizontal e construimos nos fundos de nossa casa um Prédio de três andares para a pratica de esportes, contendo Boliche, Arco e flecha, Tiro ao alvo, sinuca, e sala para treino de Jiu-Jitsu, passando a academia para a minha direção, que também sou faixa preta, em 2010. Fez grandes professores e lutadores, tais como José Dantas, Paulo Borges, Manoel Cruz, Joacir Galvão. Jorge de Souza e Silva, Jorge Fernandes Novo e Fernando Soares (oitavo grau), que iniciou seu aprendizado em 1955 e até hoje ensina em sua academia em Campinhos (RJ).

Meu pai Eduardo Pereira, quando ainda na academia George Gracie, participou de dezenas de lutas de Jiu-Jitsu e quatro lutas de Vale-Tudo, a pedido de seu professor George Gracie para provar a superioridade do Jiu-Jitsu, vencendo quase todas, perdendo para Pedro Hemeterio em 1955, em luta na própria academia George Gracie, Porém alem de Pedro ser um excelente lutador, um dos maiores da academia gracie, se igualando a Carlson Gracie, Robson Gracie, João Alberto Barreto e Hélio Vigio Gomes, já era faixa preta e possuia uma academia em São Paulo, e pesava 68kg, mais 06kg que meu pai. No dia em que lutaram, Pedro Hemeterio iria lutar contra Nahum Luiz Rabai, quase do peso de Hemeterio e que era mais lutador do que meu pai, mais não foi localizado pelo George, e ele amassou meu pai. Os dois empates que meu pai teve, foram contra Orioswaldo Silva da academia FADA, e sempre foi secundado pelo Almir Ribeiro, que atualmente é faixa vermelha e preta e teve sua academia designada pelo seu próprio nome que foi muito famosa. Almir já deveria estar no nono grau, pois também tem mais de sessenta e dois anos de prática, quando outros, com muito menos tempo, foram agraciados com o nono grau. Almir é também faixa preta 10°grau de JUDO.

Meu pai teve uma coluna no jornal Luta Democrática, denominada "Luvas e Quimonos", dando sempre notícias de lutas, como Jiu-Jitsu, ele parou de lutar em 1957, pois já era formado em direito, e passou em concurso para escrevente juramentado da justiça, ficando sem tempo para treinar para lutas, embora continuasse ensinando o seu Jiu-Jitsu. Em 1966 passou em concurso para depositário judicial, ficando no cargo até 1972 e se aposentou como titular da vara de execuções penais em 1976, mas continuou dando aulas de Jiu-Jitsu. 

Eduardo orientou Guanair Vial em mais de dez lutas, e apenas perdeu para Carlson Gracie, empatando com Valdemar Santana, e ganhando os demais. Guanair foi antes, aluno da própria academia Gracie.

(Mestre Eduardo Pereira a extrema esquerda e Hélio Gracie à extrema direita ladeando um lutador.)